22.01.21 | Alice Barcellos |
Naquela manhã luminosa de abril, Clara acordou com um pensamento na cabeça. Levantou-se cedo, como era habitual, pôs o café a fazer, enquanto ouvia as primeiras notícias na rádio. Nada de novo, pensou. Este seria mais um dia em que iria passar monocordicamente entre (...)
18.01.21 | Alice Barcellos |
Don’t be afraid of anyone. Foi uma das primeiras frases que li quando cheguei a Nova Iorque, faz agora um ano. Estava pintada em algumas das esquinas de Times Square e resumia bem o sentimento que a cidade passa. Ou, pelo menos, que me passou. Não tive medo de ninguém, (...)
12.01.21 | Alice Barcellos |
Era um daqueles fins de tarde de inverno em que o brilho do sol fazia estalar o ar limpo e frio. O mar estava excecionalmente calmo, uma piscina cuja borda era a linha do horizonte, tão reta e sempre longe. Enquanto o astro rei se preparava para mergulhar naquela piscina (...)
19.12.20 | Alice Barcellos |
Dedicado a todas as pessoas que este ano passam o Natal sozinhas O dia amanheceu cinzento e frio. O nevoeiro escondia os cumes das altas montanhas pintados de branco. Não se viam, pois eram mestres em ser invisíveis, mas os lobos andavam ativos pelas serras, à procura de (...)
18.11.20 | Alice Barcellos |
Sumiu! Uns dizem que fugiu. Outros dizem que pulou de um precipício. Todos querem descobrir onde esteve, com quem privou, o que disse. O D ofereceu-se como detetive, o C chorou, o R riu e o Z... zzzzzzz. Dizem que cultivou inimigos por ser pioneiro, fez fretes e ficou sem (...)
Olha, olha bem para ti, sem vergonha, sem medo Quantas vezes já pensaste que não eras suficiente? Quantas vezes desististe cedo, cedo demais? Olha para ti e encontra unicidade em cada traço do teu rosto Capacita-te de que és perfeito em todas as curvas e arestas Não (...)
07.11.20 | Alice Barcellos |
Nasci numa imensidão azul sem terra que pudesse ser vista. Mas o vento, meu pai, empurrou-me na direção certa. Sabia que este dia iria chegar, o dia em que sairia do âmago da minha mãe, o oceano, e iria cumprir a minha missão. Quando nasci era pequena, ainda não me (...)
30.10.20 | Alice Barcellos |
Já não recebo mais cartas tuas, avô, e creio que na época não dei o devido valor à relíquia que me chegava, de quando em quando, na caixa de correio. Naquele tempo medíamos o tempo de forma diferente. No compasso de espera de uma carta. Nos números do teclado duro (...)
28.10.20 | Alice Barcellos |
Quem és tu por trás deste ecrã? Qual é a tua cor favorita? O que mais gostas de fazer? Qual é o teu maior sonho? Qual foi o teu maior trauma? É normal que não me queiras contar aqui, num comentário impessoal com limite de caracteres, intercalado por emojis. (...)