O meu arco-íris
Desde o início deste outono, tenho visto nas redes sociais fotos de arco-íris. O tempo incerto de chuva, nuvens e algumas abertas tem sido propício para a formação deste fenómeno ótico e meteorológico.
Eu sempre adorei o arco-íris, tal como adoro momentos perfeitos, instantâneos e intocáveis. O por do sol, o amanhecer, o céu antes de um temporal, o crepúsculo, uma estrela cadente ou um raio de sol entre a água. E por isso, andava à espera de ver um arco-íris este outono, o que ainda não tinha acontecido até hoje de manhã.
Para fugir do trânsito, decidi ir pela marginal. Ao chegar em Miramar, lá estava ele, à minha espera. Um arco-íris perfeito entre a marginal e o mar. O céu estava mesclado de nuvens brancas, cinzentas e cinza-escuro. O mar estava agitado. O arco perfeito e multicolor atravessava aquele cenário. Não era só metade de um arco-íris, aqueles que muitas vezes aparecem timidamente e desaparecem num piscar de olhos. Era uma estrada de cores, efémera, que flutuava entre o chão e o mar.
Era um arco-íris perfeito. Fiquei feliz. Num semáforo, tirei uma fotografia com o telemóvel. Mais a frente, quis parar e ficar uns instantes junto ao mar, contemplando o arco-íris. Mas não parei, começou a chover, pingas grossas e pesadas. Segui em frente com as preocupações normais de uma segunda-feira na cabeça. Mas aquele breve momento perfeito ficou e ficará para sempre na íris da minha memória.