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Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

A beleza do trágico

17.02.13 | Alice Barcellos

São imagens de guerras, lágrimas e perdas. Pobreza, discriminação e abuso. A tragédia da vida humana consegue ficar bela através das objetivas dos fotógrafos distinguidos pelo World Press Photo. São imagens que, como a foto do ano, fazem arrepiar a espinha e parecem retiradas de um filme. Retratam uma realidade na maioria das vezes distante do nosso dia-a-dia. Enquanto estamos preocupados com o filtro que vamos escolher para as nossas fotografias do Instagram estes fotógrafos estão no olho do furacão para lembrar que o mundo é um lugar trágico.

@Paul Hansen

A boa notícia foi ter este ano um português premiado na categoria Vida Quotidiana. Daniel Rodrigues foi distinguido com uma fotografia que retrata crianças a jogar futebol em Dolumbi, na Guiné-Bissau. No meio de tanta tragédia entre as fotos premiadas no World Press Photo, a imagem do Daniel é singela e, ao mesmo tempo, realista. Consegue transmitir a alegria daquelas crianças mas não esconde a condição das mesmas. Jogam futebol descalças num campo envolto na poeira. São felizes num mundo que é tão trágico.


@Daniel Rodrigues


 

Nós

14.02.13 | Alice Barcellos

Nós não sabemos o dia exato em que começamos a namorar mas sabemos o local exato onde demos o primeiro beijo. Não sabemos ao certo há quanto tempo estamos juntos mas parece que foi ontem que nos conhecemos. Não somos almas gémeas porque não acreditamos nisso mas partilhamos o necessário para não conseguirmos viver um sem o outro. Não sabemos se queremos casar mas sabemos que queremos ter filhos e um cão. Não usamos alianças mas sabemos o significado de compromisso. Quando estamos juntos não há segredos nem palavras difíceis. Somos nós. Só nós os dois.

É Carnaval

08.02.13 | Alice Barcellos

São piratas e princesas, super-heróis, anjinhos e diabretes, palhaços, mimos, e o que mais a imaginação permitir. Hoje é dia de ver crianças fantasiadas pela rua. Um dos poucos indícios de que o Carnaval está próximo.

Quando era miúda adorava fantasiar-me. Gostava mais de vestir trajes e encarnar personagens do que do Carnaval de facto. O Carnaval acontecia sempre quando abria o meu baú de fantasias e escolhia quem ia ser naquela tarde de brincadeiras no jardim. Podia ser uma princesa, como toda a menina gosta, mas também podia ser uma ninfa em metamorfose.

Desde que vivo em Portugal, gosto de ver as crianças fantasiadas pelas ruas durante o Carnaval. Desde logo, por causa dos trajes que são bem diferentes dos do Brasil, uma vez que o clima não permite andar com braços e pernas de fora. Mas principalmente, pela alegria e pela capacidade que as crianças têm de encarnar personagens e construírem em segundos um mundo de fantasia que é só delas e que só elas percebem e sentem.

Ao menos (e ainda bem!), as crianças não precisam de saber se têm ou não direito à tolerância de ponto e não percebem que temos palhaços a governar-nos. Basta-lhes colocar uma fantasia e celebrar o simples facto de estarem daquele jeito. Brincarem sem compromissos umas com as outras e terem os poderes que aquele traje lhes dá.