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Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

Desafio de Escrita dos Pássaros #2.1: (Não) Vai correr bem

31.01.20 | Alice Barcellos

Quantas vezes nas nossas vidas somos travados de agir pelo pensamento de que o passo seguinte não vai correr bem?

Vivemos toldados pela rotina, espremidos entre padrões e temos medo de sair da nossa zona de conforto. Temos um amigo imaginário, tipo velho do Restelo, que está quase sempre a sussurrar aos nossos ouvidos naqueles momentos mais decisivos: “acho que a coisa não vai correr bem”. E, com muita pena, damos demasiadas vezes razão a este ser adverso à mudança e medroso que habita no nosso interior. Qual papagaio pessimista que deixa os ombros mais pesados e impede o nosso navio de se fazer ao mar nos dias de tempestade.

Quantas vezes deixamos de tomar uma decisão por pensar que o resultado não vai ser o esperado, não vai correr bem?

Este pensamento negativo limita muitas ações do nosso dia-a-dia, quer seja simplesmente experimentar uma aula nova no ginásio, mudar o corte de cabelo, mandar uma mensagem a uma pessoa especial; quer seja em decisões mais marcantes, como mudar de área profissional, marcar aquela viagem de sonho ou romper com aquela pessoa que já foi mais especial.

E se começássemos a trocar o “não vai correr bem” por “vai correr bem” e mandássemos o velho do Restelo dar uma volta ao Cabo da Boa Esperança? Se há algo que tem força nesta vida, é o pensamento. É o princípio e o fim de tudo. É o que nos leva a agir e o que nos leva a parar.

Na maioria das vezes, não conseguimos controlar o resultado das nossas decisões e somos surpreendidos pela positiva. Na maioria das vezes, corre bem e ficamos aliviados, simplesmente, porque tentamos, porque tivemos a coragem de arriscar, porque não nos calamos.

No fim das contas, mais vale ficar com as memórias de momentos marcantes, quer sejam bons ou maus, do que com os arrependimentos das decisões que não tomamos. Do salto que não demos, apesar de termos a almofada do tempo para amparar a queda e o dia seguinte para recomeçar.

O velho do Restelo ganha força quando teimamos em não mudar, em ficar sempre no mesmo lugar. A mudança é inevitável e há muitos fatores que não podemos controlar. Mas há algo que podemos tentar reverter e é até bastante simples. Basta apagarmos o “não” e ficarmos só com o “vai correr bem”. Soa muito melhor, não acham?

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Imagem: Austin Neill / Unsplash

Texto escrito no âmbito do Desafio dos Pássaros.

Tema da semana: Acho que a coisa não vai correr bem. Vejam aqui todos os textos deste desafio de escrita dos blogues do SAPO. 

Auschwitz: quando um dos grandes horrores da humanidade se transforma numa atração turística

28.01.20 | Alice Barcellos

Vivemos na era das viagens de Instagram. Nunca esta rede social influenciou tanto a forma de viajar. Já existem estudos que comprovam isso, que muitas pessoas são influenciadas a escolher o próximo destino de sonho com base nas fotografias que viram no Instagram.

Essa tendência contribui ainda mais para a massificação do turismo, para o turista que quer ir a determinado sítio, tirar determinada fotografia e passar para outro lugar, para o próximo click, o próximo post, o próximo story.

Sem generalizar, é verdade que o turismo viu-se contaminado por este vírus da instantaneidade que leva hordas a tomarem conta de sítios considerados da moda. Muitos são os lugares que estão a pensar em soluções para diminuir o excesso de visitantes. Veneza, Amesterdão ou Barcelona fazem parte da lista.

Esta semana (dia 27), assinalaram-se os 75 anos da libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, dia também escolhido para lembrar o Holocausto. Entre as várias abordagens ao tema, há uma que se enquadra nesta reflexão sobre o turismo de massa. Auschwitz transformou-se numa atração turística e é visitado por milhares de pessoas diariamente – em 2018, foram 2,15 milhões de visitantes.

Surgem muitas notícias da falta de bom senso e de respeito ao visitar um lugar onde cerca de 1,3 milhão de seres humanos (números oficiais) foram exterminados. O comportamento de certos visitantes até levou com que o memorial pedisse às pessoas para não tirarem fotografias durante a visita. Apesar de não existir nenhuma proibição oficial, apelou-se ao respeito. Há, ainda, um projeto online que põe lado a lado imagens reais do Holocausto com as selfies ligeiras tiradas junto a memoriais. Chama-se Yolocaust e demonstra como certas pessoas parecem ter esquecido todos os horrores cometidos durante este período. 

Para que a humanidade não esqueça, é importante que Auschwitz mantenha os portões abertos a quem queria recordar e testemunhar as memórias das barbáries cometidas pelo regime nazi. Principalmente, com a passagem do tempo que tem o poder de ir apagando a relevância dos acontecimentos.

Viajar também é uma maneira de deixarmos a nossa marca no mundo e escolher de que forma queremos conhecê-lo. Se para muitas pessoas visitar um campo de concentração é algo que faz parte da construção de mundo que desejam ter, a forma como o visitam deve ser a mais respeitosa possível. Em memória daqueles que ali se foram e sofreram. Com a consciência de que há lugares que serão sempre de tristeza e de luto.

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Imagem: Jean Carlo Emer / Unsplash

Nova Iorque: a (minha) primeira trinca na Grande Maçã

25.01.20 | Alice Barcellos

New York is the meeting place of the peoples, the only city where you can hardly find a typical American. Djuna Barnes

Chega a ser engraçado como temos fome de mundo e acabamos por passar a vida a conhecer apenas a camada fina que envolve a superfície dos lugares. É irónico. Criamos na nossa cabeça uma lista de sítios que queremos conhecer e quando, finalmente, conseguimos concretizar o sonho, fica-se com a sensação de que se podia ter explorado e mergulhado mais a fundo na realidade do lugar que se visita. Creio que este seja o dilema de todos os viajantes.

Ainda bem que temos a sorte de tentar. De ir. Conhecer. Desbravar os locais que vimos nos filmes, nas séries, imaginamos nos livros e lemos nos artigos dos sites de viagens. Nova Iorque sempre foi um destes locais. Cinematográfica. A cidade que povoa o imaginário de quase toda a gente. A cidade que quase toda a gente sonha em conhecer.

Cheguei há pouco tempo de lá e a cidade conquistou um lugar cativo nas minhas memórias, que ainda mancham o meu dia, como uma parede pintada de fresco em que estamos constantemente a roçar sem querer.

As luzes imparáveis de Times Square, onde é sempre dia. O cheiro das barraquinhas de comida de rua, uma em cada esquina. A simpatia das pessoas, é bom ouvir “good morning” ou “have a wonderful day”. O copo de café nas mãos, pode não ser o melhor café do mundo, mas está sempre presente. O corre-corre para atravessar as passadeiras nas grandes avenidas. O olhar para cima carregado de surpresa com a altura e a diversidade dos prédios. Os cães, que são passeados pelos seus donos ou por passeadores profissionais. O charme de alguns bairros, em que andamos pelas ruas e brincamos de imaginar qual seria a nossa casa ali. A força da arte e da cultura. O ambiente mais carregado que se sente nas estações de metro, o underground que guarda também um submundo de mendigos, sem-abrigo e artistas de rua. O silêncio no memorial do 9/11.

Tanta coisa que poderia enumerar, tantas histórias que ficaram por contar, tantas fotos que ficaram por mostrar. Ainda estou a digerir esta cidade, a saborear cada memória e a rever, como num filme em que fui protagonista, os dias ali passados, que correram ao mesmo ritmo de NYC: fast, very fast.

Depois de ter ido conhecer a herança inca ao Peru, chegar a Nova Iorque foi um choque cultural. A cidade é elétrica, magnetizante, orgulhosa, consumista e apelativa. É requintada, organizada, charmosa, irreverente, artística e arrebatadora. É impossível definir Nova Iorque numa única palavra, numa única característica. Seria injusto, até, tentar.

Nova Iorque é, sobretudo, uma metrópole multicultural. Não é a toa que se assume como um bastião de resistência anti-Trump. “Elect a clown, expect a circus” foi uma das frases que me ficou gravada e que li em t-shirts penduradas em lojas de souvenirs. É difícil resistir trazer para casa uma lembrança da cidade, uma caneca, uma t-shirt ou um íman para o frigorífico. O slogan que mais se vê nestas bugigangas é “I love New York”, quase como a afirmar que é impossível não amar esta cidade. Mas a melhor sensação que se pode trazer de uma viagem como esta é a vontade de voltar e de dar mais uma trinca na Grande Maçã.

Nos próximos tempos, conto em publicar mais textos e fotografias desta viagem. Até lá, deixo-vos com estas primeiras impressões em forma de imagens. Enjoy and have a nice day.

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Quem tiver interesse, pode ver no meu Instagram o diário de bordo desta semana de janeiro em Nova Iorque – cheguei com temperaturas de primavera e vim embora com neve. Foi mágico.

Pré-desafio de Escrita dos Pássaros: A menina que aprendeu a voar

23.01.20 | Alice Barcellos

Era uma vez uma menina que invejava os pássaros. Não era uma questão de gostar pois até nem lhes achava muita piada como a outros animais. Os pássaros não lhe despertavam a mesma ternura do que os cães, nem a mesma curiosidade do que os gatos. Tinha pena dos que estavam fechados em gaiolas, como os do seu avô, que viviam aos saltinhos tristes dentro daquelas pequenas prisões, alegrando a casa com o seu canto aos primeiros momentos do amanhecer.

Ficava, contudo, fascinada com a capacidade de voar. Era isso que mais invejava. Era capaz de estar horas deitada no jardim, nas tardes quentes de verão, a olhar para o céu e a apreciar o voo dos pássaros, lá no alto. "Deve ser uma sensação única poder ter asas, ver o mundo de cima, apreciar novas perspectivas e aprimorar a arte de voar", pensava a menina.

Nos seus desenhos, fazia sempre alguns pássaros, ao longe, em forma de “v”, que, mais abertos ou mais fechados, criavam uma revoada. Até que passou dos lápis para os livros e reparou que um livro aberto também tem a forma de um pássaro. Duas metades para cada lado, duas asas. Ler era, afinal, uma forma de voar, de ver as histórias de cima e ganhar novos mundos.

Finalmente, a menina começou a escrever. Primeiro, criou as suas histórias, depois, os seus poemas. Apanhou o gosto pela rima, foi melhorando a arte de juntar palavras e criar significados que toquem no coração das pessoas, ora leves, como um planar de asas, ora acutilantes, como o mergulho certeiro de um pássaro no oceano.

Aprendeu que a escrita também pode ser uma gaiola que nos aprisiona, caso nos deixemos levar em demasia pela forma e pelas críticas – as dos outros e, as piores, as nossas.

Chegou a pensar que lhe tinham cortado as asas, mas era tarde demais. Já tinha aprendido a voar. E tal como os pássaros são livres porque voam, a menina, agora mulher, é livre porque escreve.

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Luz e sombra

15.01.20 | Alice Barcellos

Sentado no seu banquinho portátil, ele esperava, pacientemente, pela passagem do tempo. Afagava levemente a barba e brincava com os dois anéis de prata que trazia sempre na mão direita.

A experiência tinha lhe dado uma das competências mais importantes da sua arte: saber esperar. E, durante a espera, saber observar. Olhar com olhos de ver e de sentir. O vento a conversar com as folhagens e a dançar com o pó, o canto longínquo de um pássaro notívago que se preparava para ir dormir, o doce despertar do mundo para um novo recomeço. Aquela altura em que a noite troca de turno com o dia e, num encontro fugaz e apaixonado, as sombras da noite encontram-se com as luzes do dia. “Não é a toa que lhe chamam a hora mágica”, pensa, enquanto arranja a câmara no tripé. Sempre foi mais do dia do que da noite, da luz do que das sombras, portanto, fotografar ao nascer do sol era o seu momento preferido. O ritual de acordar cedo, preparar um café bem forte, agarrar no material, entrar no carro e ir.

A câmara fotográfica é uma extensão do seu olhar e encaixa-se naturalmente entre a face e as mãos. Já não pensa na fotografia que quer fazer, apenas fotografa em busca daquela imagem que a sua mente já criou. Quer recriá-la na perfeição mas para isso precisa estar no lugar certo ao momento certo. E a luz tem que ser aquela. A luz perfeita.

Silêncio. Respira. Dispara, várias vezes. Este é o intervalo de minutos que deve aproveitar para conseguir a imagem que persegue há anos. Será que foi desta?

Um leão solitário vai matar a sede numa poça de água na savana enquanto o sol nasce no horizonte. A primeira luz do dia a bater no grande felino, ainda mais majestoso com o realce perfeito da juba dourada. As sombras alongadas das árvores e um pouco de nevoeiro, réstias do frio noturno, que se dissipa, ao fundo.

Sempre que perguntam ao fotógrafo a história daquela imagem magnífica, ele limita-se a responder: “é tudo uma questão de luz e sombra. A fotografia é isso, conseguir tirar o melhor partido das duas”.

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Imagem: Pixabay

Texto escrito no âmbito do Desafio dos Pássaros.

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Luz e sombra. Vejam aqui todos os textos deste desafio de escrita dos blogues do SAPO. 

Não dá para voltar atrás

09.01.20 | Alice Barcellos

Chegar até aqui e ver com os nossos próprios olhos o que é isto não se compara com tudo o que nos disseram. É quase como visitar aquele lugar que ouviste falar e viste imagens na internet milhares de vezes. Quando chegas lá e vês com os teus próprios olhos, tens sempre uma imagem diferente.

Não estamos preparados para nada nesta vida até passarmos, de facto, pelas coisas. Coisas que não são coisas. São experiências, sentimentos, ações, reações. É tudo o que se vai desenrolando neste novelo a que se chama existência. Vai-se desenrolando ao seu tempo. E como cada um é único, cada novelo tem o seu próprio ritmo.

Quando somos crianças, corre devagar, a linha é reta, não existem nós. Os dias são quase sempre de sol e as preocupações são poucas. Ouvimos dos adultos: "não percebes isso ainda pois és criança". E não percebemos, mas absorvemos. Guardamos tudo aqui, na colcha de retalhos que nos cobre o coração e que vamos costurando com o fio deste novelo irregular. 

Quando somos adolescentes, os caminhos começam a ser mais sinuosos, altos e baixos, emaranhados e, mesmo quando vamos em linha reta, começamos a virar a cabeça e a ver os abismos que cercam o percurso. Caímos muitas vezes, já não andamos com os joelhos esfolados como antes, mas continuamos a cair e descobrimos que as quedas podem ser de várias maneiras e feitios. Ouvimos dizer: "quando fores adulta, vais acabar por me dar razão". E, na nossa revolta, não damos o braço a torcer, mas guardamos. Guardamos o cuidado e o carinho de quem sempre olhou por nós em mais um retalho atado à colcha. 

Até que se chega ao ponto em que deixamos para trás estas fases tão bonitas da nossa vida e entramos naquele mundo que olhávamos ora com admiração, ora com incompreensão, ora com revolta. Ouvimos dizer: "já tens idade para ter juízo". E temos aquela sensação que, sim, já temos idade para muita coisa. Olhamos para trás e sentimos que muito pouco é como nos disseram e como esperávamos. Estamos melhor na arte de desatar nós e criar vínculos, temos medo de nos debruçar no abismo e a nossa colcha está bem composta. Quando temos o coração frio, vamos buscar aqueles retalhos das memórias mais felizes para nos aquecer. Quase sempre, resulta. 

O fio não para de correr e continuamos a trilhar o nosso caminho, com mais dúvidas do que convicções. Aprendemos muito, desaprendemos outro tanto. Mudamos, sempre. Só levamos uma certeza: não dá para voltar atrás. 

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Imagem: Pixabay

Texto escrito no âmbito do Desafio dos Pássaros.

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer. Vejam aqui todos os textos deste desafio de escrita dos blogues do SAPO. 

Para os que estão a seguir os textos deste desafio e gostariam de participar, é possível fazer inscrições para a segunda edição através deste link.

Sol de inverno

06.01.20 | Alice Barcellos

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Há qualquer coisa de mágica nestes fins de tarde de inverno. Nem de propósito, li um artigo que dá uma explicação científica para esta luz tão bonita nos meses mais frios. Faz sentido, mas o melhor mesmo é ter a possibilidade de saborear cada instante do pôr do sol e ficar a olhar o horizonte a mudar de cor, enquanto a aragem fria nos arrefece as mãos e o nariz. O frio passa a ser (quase) irrelevante quando temos o coração quente.

Momentos captados por mim em dezembro de 2019 em Espinho, Granja, Miramar e Paramos

Cinco metas para 2020 (que qualquer um pode cumprir)

04.01.20 | Alice Barcellos

2020 chegou com força. Marca o fim de uma década e o começo de outra. É um número redondo e uma capicua. E, acima de tudo, "meio mundo" estava ansioso por dizer "adeus" a 2019, que foi um ano bem pesado para muitas pessoas, inclusive para mim. Não que as coisas possam mudar tão simplesmente como o virar da página de um calendário, mas um novo ano é sempre um bom pretexto para recomeçar e traz com ele aquela lufada de esperança extra que todos nós precisamos em certas fases da vida. 

Assim sendo, e depois rever as minhas metas para o ano passado, que consegui ir seguindo, deixo aqui outros objetivos que também tenho tentado cumprir e que levo como resoluções para 2020. Vamos a isso?

1. Consumir menos

Temos coisas a mais. Roupas, livros, gadgets, utensílios para a casa, comida... Comprar por necessidade e não por impulso é um ato que podemos ir refinando à medida em que vamos ganhando consciência de que precisamos de muito menos para viver. 

2. Aprender algo novo ou melhorar algo que ainda não saiba muito bem

Há quanto tempo não aprende uma coisa nova? Chegamos a um ponto das nossas vidas que o comodismo é, muitas vezes, uma âncora que nos impede de navegar por novos mares. Mas navegar é preciso e há tanto mundo para desbravar. Há dois anos comecei a aprender a surfar e descobri uma das atividades mais desafiantes e motivantes que já pude executar. Ainda tenho muito por aprender, por isso, um dos objetivos para este ano passa por não desistir e continuar a evoluir.

Outra atividade que quero continuar a desenvolver é a escrita. Algo que me ajudou a ultrapassar os momentos menos bons do ano passado e que, mais uma vez, me mostrou como podemos explorar este lado mais criativo e poético que a escrita pode ter.

3. Estar mais tempo em contacto com a natureza

No seguimento do ponto anterior, pelo menos para mim, surfar é também uma oportunidade de estar em contacto com o mar e com a água - o meu elemento. É ter momentos plenos de comunhão com a natureza. Caminhar em parques, florestas ou à beira mar também é algo muito energizante e que faz muita falta no meu dia-a-dia, em que passo muitas horas ao computador. 

4. Viver o presente

Mais uma meta que se complementa com as anteriores e, talvez, a mais difícil de cumprir. Quantas vezes criamos expectativas e vivemos em função do que julgamos que poderá acontecer no futuro? O presente é tudo o que temos e é muito importante encontrar espaço para viver intensamente cada dia, sem pensar muito no que virá depois.

5. Desembalar menos e descascar mais

Tal como no ano passado, em que me comprometi a comer menos carne, quero este ano ganhar ainda mais consciência das minhas escolhas alimentares, pelo bem da minha saúde e pelo bem do planeta. Uma boa prática passa por desembalar menos e descascar mais, ou seja, a primeira opção deve ser sempre alimentos naturais e não os industrializados. 

E vocês que me estão a ler aí deste lado do ecrã? Quais são as vossas metas? Costumam mentalizar resoluções de ano novo ou deixam acontecer naturalmente? Com votos de um ótimo 2020!

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