Douro na primavera: um prazer que não se explica
O Douro encanta em qualquer altura do ano. No outono, as folhas ganham inúmeros tons de cobre, vermelho ou laranja, criando um cenário quente nas vinhas que se debruçam sobre o rio. No inverno, a paisagem fica mais árida e as serras envolventes podem ficar pintadas de um manto branco. No verão, o calor é intenso e a região prepara-se para a época mais importante do ano: as vindimas. Na primavera, o Douro é florido, flores silvestres aparecem em cada canto e recanto, à beira das estradas, nos jardins e miradouros.
Entre fevereiro e março, o espetáculo das amendoeiras em flor antecede o espetáculo da primavera, que faz florescer um dos vales mais belos do mundo. O Douro é, acima de tudo, natureza. E uma harmonia perfeita entre a natureza e o trabalho de séculos esculpido pelo homem. "Um poema geológico", como tão bem descreveu Miguel Torga.
Uma escapadela de alguns dias pode ser a lufada de ar fresco que necessita para quebrar a rotina e o Douro é um dos locais mais encantadores para isso. À paisagem única, alia-se a boa gastronomia, boas unidades hoteleiras e pessoas hospitaleiras.
Há mais um "pormenor" que encanta sempre que visito a região: as estradas. Percorrer as curvas e contra-curvas das estradas e estradinhas que cortam as montanhas em socalcos é um prazer que só o Douro, com os seus caminhos bonitos, consegue dar.
Pelo percurso, vamos parando: uma singela casa de pedra ali; um campo florido acolá; uma vista magnífica para o rio plácido a cortar o verde dos montes; um bouquet de flores brancas a salpicar a paisagem. O olhar tenta abarcar tudo, mas há sempre mais montes e rio além. O vento sopra e é de cabelos revoltos que me sinto integrada, mas tão pequenina, nesta paisagem esmagadora. Um recanto muito especial para o qual penso sempre em voltar... nem que seja através de fotografias e memórias.
Se estiverem a planear uma viagem ao Douro, vejam aqui este dossier especial com muitas dicas e informações úteis.