É (só) uma questão de igualdade
Entristece-me que o Dia da Mulher seja cada vez mais explorado comercialmente como uma data em que as mulheres devam ser bem tratadas. Que se ofereçam flores nos centros comerciais, nos ginásios ou nos locais de trabalho. Que se façam promoções de perfumes, roupas e tratamentos estéticos. Tal como outras datas, este dia é utilizado como mais uma ferramenta da sociedade de consumo para vender coisas.
De ano para ano, tenho visto o aumento deste aproveitamento que só ajuda a reforçar a imagem da mulher fútil e frágil que merece receber flores e chocolates do marido. Nada contra que os casais possam demonstrar o afeto de várias formas, mas o Dia da Mulher não é, de todo, feito para isso. Não deveria ser este o foco. Não é para os homens agradecerem às mulheres de suas vidas, para isso têm o Dia da Mãe.
O Dia da Mulher é sobre igualdade e luta. É sobre pessoas que lutaram muito para que hoje em dia, em alguns lugares do mundo, as mulheres pudessem ter os mesmos direitos do que os homens. Ainda há quem fique revoltado com esta ideia, a de que somos todos iguais e, por conseguinte, merecemos tratamento igual nos diversos quadrantes sociais. Enquanto houver indignados com esta ideia, convém não esquecer o real significado desta data.
O título deste texto justifica tudo. No Dia da Mulher é preciso dizer que o feminismo é necessário por ser uma questão de lutar por direitos iguais e por melhores condições de vida para as mulheres. Por respeito. Não é só em Portugal, não é só na Europa. É no mundo, já que é de longe que nos chegam os piores exemplos das desigualdades que existem entre masculino e feminino. Mas engane-se quem pensa que elas não existem bem perto de nós.