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Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

Diário de fuga

Na rotina dos sonhos fugimos dos dias

Paz

25.05.21 | Alice Barcellos

A paz é branca mas poderia também ser azul

Tão pura como a pomba que voa ou a onda que se desmancha

Entra-nos pela alma como o vento entra por uma janela aberta

Não pede licença, mas sentimos quando chega

Sentimo-nos em paz e a felicidade parece mais fácil

Mais palpável

Sentimo-nos em paz e desejamos que todos sintam o mesmo

É impossível, a paz é uma constante utopia

Não fosse o seu contrário a guerra

Não há calmaria sem antes ter havido tempestade

Não há cicatriz sem antes ter havido ferida

O barco navega em busca de uma baía sossegada

Mas são gigantes as ondas, são brutais as intempéries

A paz é branca mas poderia também ser verde

Pois é a esperança que guia o seu caminho

É uma constante busca

Mesmo quando estamos a atravessar um campo minado

Esperamos sempre que um dia seja um campo florido

Esperamos que o arco-íris surja no horizonte

A paz é branca mas poderia ser de todas as cores

De todas as nações, de todos os seres vivos

E, se assim fosse, a paz seria sinónimo de igualdade

Quem sabe, um dia, todos possam saber o que é a paz

Todos sintam aquela calma na alma

como quem olha o mar parado numa tarde de verão

Todos possam saber o que é respirar sem dificuldades

O que é sorrir sem motivo

O que é amar sem barreiras e perdoar sem rancor

Sentir que o que se é não é mais nem menos

É suficiente e é tanto para o que se almeja ser

A paz vem e virá para todos

Nem que seja por breves instantes

Só peço que ela não venha apenas no suspiro final

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Imagem: Roberto Salinas / Unsplash

Poema escrito no âmbito da iniciativa O que a paz significa da Ana de Deus. Podem ver todos os textos aqui. Desculpa, Ana, ultrapassei os 200 caracteres

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