Olha, olha bem para ti, sem vergonha, sem medo Quantas vezes já pensaste que não eras suficiente? Quantas vezes desististe cedo, cedo demais? Olha para ti e encontra unicidade em cada traço do teu rosto Capacita-te de que és perfeito em todas as curvas e arestas Não (...)
07.11.20 | Alice Barcellos |
Nasci numa imensidão azul sem terra que pudesse ser vista. Mas o vento, meu pai, empurrou-me na direção certa. Sabia que este dia iria chegar, o dia em que sairia do âmago da minha mãe, o oceano, e iria cumprir a minha missão. Quando nasci era pequena, ainda não me (...)
30.10.20 | Alice Barcellos |
Já não recebo mais cartas tuas, avô, e creio que na época não dei o devido valor à relíquia que me chegava, de quando em quando, na caixa de correio. Naquele tempo medíamos o tempo de forma diferente. No compasso de espera de uma carta. Nos números do teclado duro (...)
23.10.20 | Alice Barcellos |
Todas as noites, ela agarrava-se à almofada e rezava. Pedia muito para que naquela noite ele não viesse ao quarto. Rezava que não tivesse de sentir aquelas mãos pesadas contra o seu corpo frágil. Desejava, no mais profundo do seu ser, que não tivesse de passar por (...)
13.10.20 | Alice Barcellos |
Ele faz as folhas falarem e comunica o perfume das flores pelo ar Quando é brisa vem sossegado e fica Refrescando o rosto devagar Pelo mundo faz o seu o caminho De norte a sul, de leste a oeste Nos desertos isolados, corre sozinho Fazendo com que tudo fique mais agreste Namor (...)
10.10.20 | Alice Barcellos |
Ele andava hipnotizado por ela. Era nela que pensava ao adormecer e ao acordar. Desde a primeira vez que a vira, arranjava-se melhor antes de sair de casa. Começou a passar as t-shirts a ferro e comprou um perfume caro. Não se descuidava da barba e olhava-se com mais (...)