Versos, leva-os o vento
Ele faz as folhas falarem e comunica
o perfume das flores pelo ar
Quando é brisa vem sossegado e fica
Refrescando o rosto devagar
Pelo mundo faz o seu o caminho
De norte a sul, de leste a oeste
Nos desertos isolados, corre sozinho
Fazendo com que tudo fique mais agreste
Namora-se com os moinhos e com a roupa que seca nos varais
É um alento no estio, exceto quando espalha o fogo sem direção
Vem em lufadas, rajadas e vendavais
Uivando e cuspindo chamas como um dragão
Nunca avisa quando vai chegar
No outono exige que se use um cachecol
De repente, faz uma porta bater, uma saia esvoaçar
Faz estremecer até o mais alto farol
Despenteia os cabelos alinhados
Arrepia até a espinha dos corajosos
Sussurra palavras de amor aos apaixonados
Aterroriza as noites dos mais medrosos
É frio e forte quando sopra do Norte
Envolvente e cálido quando chega do Sul
Nas tempestades deixa os barcos à sua sorte
Faz crescer as ondas e rouba do mar o seu azul
Quando cresce como um monstro alado
Rodopia, varrendo tudo à sua volta
Tufão, furacão ou tornado
Não há nada que lhe encontre escolta
A sua energia pode alimentar qualquer cidade
Levanta tudo que poise no chão
Inspira poetas e desafia a criatividade
Do homem que o tenta domar em vão
Sem ele não existia movimento
É invisível mas está em todo lado
Não há nada igual ao vento
Sem ele o mundo era parado
Imagem: Carissa Rogers / Unsplash
Desafio de escrita Passa-palavra da Mel e da Mula. Palavra da semana: vento.